Esta é uma pesquisa motivada por interesse sobretudo teorético da estrutura lógica do discurso filosófico, pesquisa que se desenvolve dentro da história, com a convicção de que não é preciso descobrir verdades novas, mas basta saber procurar a verdade onde ela se encontra, isto é, em alguns momentos – evidentemente, não todos – da história da filosofia. O leitor poderá encontrar – pelo menos é o que se espera – uma tomada de posição pessoal em relação aos problemas e aos autores tratados, sempre dentro do objetivo acima indicado. Por que esse interesse? Porque a atual crise da filosofia, tão propalada e, não obstante, inegável, é essencialmente uma crise de estrutura lógica. Por estrutura lógica entende-se um procedimento argumentador suscetível de ser controlado, ou, melhor dizendo, de “ser posto à prova”, “provado” em sua consistência, que é condição imprescindível para a verdade, segundo aquele tipo de exame (peîra) já praticado por Sócrates. A crise da filosofia hoje se deve em grande parte à persuasão de que esta não possui mais qualquer estrutura lógica, porque se assume preconceituosamente que os únicos procedimentos argumentadores aceitáveis são aqueles que são usados pelas ciências.
